segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pastor defende nova reforma no cristianismo evangélico no País




Por: luzia santos
Determinado e categórico em seus princípios, o pastor da Igreja Batista Cidade Viva, em João Pessoa, Sérgio Augusto de Queiroz, 38 anos, revela em entrevista exclusiva ao JORNAL DA PARAÍBA a necessidade de uma nova reforma no cristianismo evangélico do país. Crítico em relação à mercantilização da fé, o pastor argumenta que as pessoas estão sendo dogmatizadas e não estão refletindo o que se diz no púlpito das igrejas.
Pastor evangélico desde 25 de julho de 2004, função que desempenha por convicção, Sérgio de Queiroz, ressalta que profissionalmente abraçou a carreira de procurador da Fazenda Nacional. Para encarar com seriedade o acúmulo de funções, ele não dispensou a formação acadêmica e holística.
Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB),  ele ainda é pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho (UFPB), bacharel em Direito (UFPB), mestre em Teologia pelo Instituto Biblíco Betel do Brasil e em Filosofia na área de Ética e Filosofia Política pela UFPB. Para aprofundar ainda mais os conhecimentos cursa doutorado na Trinity International University, nos Estados Unidos.
À frente da igreja Cidade Viva, o pastor é aberto a qualquer tipo de questionamento. Responde com convicação e é enfático ao afirmar que é contra o homossexualismo, o sexo antes do casamento e a dissolução do casamento.
Apesar de conservador, Sérgio Queiroz revela que não é preconceituoso e se mostra extremamente amável para com todos que buscam seguir o caminho do que chama ‘projeto de Deus’.
ENTREVISTA
1.Como o senhor vê a proliferação de igrejas evangélicas no país? Em cada esquina vemos surgir uma nova igreja com nova denominação?O crescimento da Igreja evangélica no Brasil pra mim nem é sinal de alegria nem de tristeza, mas de reflexão porque o surgimento de novas instituições que objetivam proclamar o Evangelho de Jesus Cristo nem sempre é o sentido primário de muitas instituições que estão surgindo hoje. Minha preocupação é que o crescimento da igreja evangélica no Brasil para poder fazer valer sua história no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente precisaria coincidir com o crescimento dos valores éticos da Nação. Devemos refletir mais se esse crescimento numérico é fruto de um avivamento espiritual ou se é de alguma maneira um movimento marcado por mercantilismo.
2.Como seria este mercantilismo? Isso não seria uma contradição? A Igreja Protestante nasceu para se contrapor à ideia do que se chamava ‘vender pedaços do céu’?A mercantilização da fé acontece quando as estruturas religiosas são usadas para mexer com a fé popular e levar  muitas vezes as pessoas a fazer o que não é biblíco. O que diferencia a igreja católica pré-Reforma da evangélica é que naquela época a igreja católica vendia pedaços de terra no céu, através da compra de indulgência. Essa era a maneira de comprar o favor de Deus e o lugar no céu. Hoje, algumas igrejas evangélicas vendem pedaços de um certo céu na terra. Muda-se apenas o contexto, mas ao final das contas, muitas igrejas evangélicas têm agido como a Igreja Romana da Idade Média agiu no trato destas questões do dinheiro.

3. Isso não é um contrasenso?

Sim, é por isso que falei que o crescimento da igreja evangélica não significa, necessariamente, um momento para nos alegrarmos. Em muitos momentos, eu creio que ela tem em seu discurso principal não a proclamação do Evangelho do Rei e do servo Jesus, mas muitas vezes a proclamação de interesses pessoais utilizando a fé. Isso já tinha previsão bíblica. Estruturas religiosas com aparência de serem estruturas cristãs autênticas, mas que na realidade são caminhos do próprio desvio das pessoas, da idiotização das pessoas, do aprisionamento das pessoas a dogmas contra os quais nós brigamos tanto na história da reforma. Hoje, as pessoas estão sendo dogmatizadas e não estão refletindo o que se diz no púlpito de uma igreja. O que falta para a igreja evangélica brasileira, é que os que aderem ao movimento, os participantes ou os telespectadores reflitam com mais senso crítico sobre tudo o que ouvem.

4.Que igrejas evangélicas seriam estas?

Tentar catalogar e dar uma nomenclatura tipo igrejas tradicionais, petencostais ou neopetencostais estariam certas ou erradas é temerário. Nós vemos que dentro dos vários ramos da igreja evangélica brasileira nós temos trabalhos sérios. Mas, antigamente, quando se falava em ser batista, presbiteriano ou anglicano isso evocava um certo respeito social. Havia um rigor acadêmico daqueles que falavam e pela busca de uma expressão pela fé, com bases históricas e biblícas, mas hoje mesmo no chamado tronco histórico nós vemos as mais profundas excrecências e heresias. Acho que no meio do trigo brota nos diversos movimentos o joio extremamente arraigado. É com relação a esse joio que eu tenho alertado os cristãos a terem uma total atenção, isso vem na forma de falsas doutrinas, de falsas promessas, que muitas vezes eu chamo de idiotização do cristão domingueiro - aquele que vai a igreja aos domingos e, muitas vezes, é usado como fantoche a favor dos interesses e até das visões equivocadas dos que pregam.

5.Precisamos barganhar bênçãos com Deus?

Eu acho que nós não precisamos fazer nada para chamar a atenção de Deus; não precisamos fazer nada para que Deus nos ame mais e não podemos fazer nada para que Deus nos ame menos portanto toda ideia de barganhar coisas com Deus a partir de coisas que eu faço ela é antibíblica. Quer seja através de sacrifícios pessoais, automutilação, de dar dízimos e ofertas, de frequentarmos missas ou cultos... nós não precisamos fazer nada para chamar a atenção de Deus. O amor de Deus por nós é incondicional e Jesus Cristo, com a sua morte, teve o único objetivo de nos conectar com Deus a partir do sacrifício dele. Dessa maneira barganhar coisas com Deus é primeiro, no meu entendimento, um ato de pouca inteligência e de completa falta de base bíblica. Falta o senso crítico e conhecimento bíblico.

6.Pastor, há questões da modernidade que afetam a sociedade e provocam mudança de comportamento, a exemplo do homossexualismo. Como o senhor pensa essa questão?

Quando a gente fala de sexo e de ideal de Deus pra humanidade, primeiro é preciso entender: há um ideal? Há um padrão eterno que foi criado por Deus? Quando a gente faz essa pergunta e a nossa resposta é negativa, não há um padrão que foi criado eterno, que foi criado por Deus, então nós estamos livre para acreditarmos no que nós quisermos e fazermos o que nós quisermos.  Mas se você responde que há valores eternos que foram dados pelo criador e que regem a vida, os relacionamentos e inclusive a nossa sexualidade, nós podemos dizer o seguinte: sob o ponto de vista da ética bíblica, que no meu pensamento é uma ética eterna que não é vulnerável as mudanças do tempo, a bíblia diz que Deus criou o homem e a mulher e que este é o plano ideal para Deus nos relacionamentos humanos: o homem e a mulher. A psicologia mais científica vai nos comprovar os danos que a falta de uma dessas pessoas na criação dos filhos causam.

7.Este é um conceito retrógrado?

Não, pois esta ideia não é criada pela Igreja católica ou protestante, inclusive neste ponto há uma convergência das igrejas evangélicas mais conservadoras, com o catolicismo e com o movimento ortodoxo. A ideia que Deus criou o homem e a mulher é baseada na ética de Deus que é pra mim eterna. Embora a sociedade vire completamente  os seus conceitos e torne a homossexualidade cada vez mais plausível, eu creio que a humanidade entrará sempre em rota de colisão com o Criador aquele que tem o projeto perfeito de uma família, de crianças criadas com um pai e uma mãe.

8. Apesar de ser contra a homossexualidade, a igreja aceita o homossexual?

Nós damos boas-vindas a qualquer pessoa que esteja em nossa igreja. Nós não perguntamos a identidade sexual de ninguém para que ela entre e venha a frequentar nossos cultos, mas a nossa mensagem bíblica é sempre essa: não é esta biblicamente a vontade de Deus em sua vida. Tenho visto dezenas de casos de pessoas que reencontraram o caminho natural de experiência sexual e voltaram, obviamente lutaram contra isso, mas temos muitos casos de pessoas que venceram e de jovens que tinham práticas homossexuais e hoje aderiram ao projeto de Deus em suas vidas.

9. Sexo antes do casamento e o segundo casamento o senhor é a favor?

Falando de ética permanente, eu entendo que o sexo é uma dádiva de Deus para o casal casado. Isso é o que a bíblia ensina, é o projeto de Jesus, de Paulo e de todo o novo testamento. Então, vem a seguinte questão: quando a gente fala de sexo antes do casamento, mais uma vez você está quebrando a ética permanente de Deus. Mas vem a pergunta a ética de Deus tem sido culturalmente plausível? Para muitos não, tem pessoas que acham que é questão de tempo, de local, de tradição, mas eu acho que não é uma forma de vida. Eu creio que há uma verdade, que não é relativa, sobre o sexo. Isso inclui pureza, castidade, mas ele é uma benção, que tem não só um sentido, mas uma hora, um lugar e um leito que foi reservado por Deus. Portanto quando a bíblia diz que deixara o homem o seu pai e a sua mãe e iniciará com a esposa e os dois se aliam a sua carne. Aí vincula o casamento com o sexo. O ato sexual é vinculado com o compromisso de permanência.
Em relação ao uso de preservativo dentro do casamento como instrumento para controle de natalidade eu vejo como algo plausível. Mas para atividades sexuais casuais fora do casamento? Eu vou pelo preceito por quê não esperar?  Por que não exercitar a dádiva do sexo na constância de um casamento?

10. E o segundo casamento?

A bíblia diz que o que Deus uniu nada separe o homem. Se você perguntar a qualquer pessoa sobre os danos que uma separação causar, especialmente aos filhos, a gente não precisa sequer de comprovação bíblica para saber que a quebra de um pacto que envolve a união matrimonial é por si só um grande problema, um grande sofrimento e uma grande tristeza. É importante aqui ressaltar o projeto de Deus e que, como diz a ‘palavra’ de um casamento, até que a morte nos separe. Mas em tendo havido uma segunda união, é preciso entender como Deus agiria nesta situação.
 
Fonte Jornal Da Paraíba, sítio http://jornaldaparaiba.globo.com/noticia.php?id=29161 , acesso no dia 07/02/11.

3 comentários:

  1. por demais interessante a entrevista postada nesse dia 07/02/2011 que todos quantos assessarem nosso blog se interessem em pesquisar os bons artigos e nao so pesquisar como publicar parabens ao nosso superintendente otniel cabral.

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  2. A CIENÇIA FORMA
    A NATUREZA INFORMA
    O PECADO DEFORMA
    JESUS CRISTO TRANSFORMA

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  3. verdade e concordo com o pastor, o problema e q os pastores das igreja acham q o pecado do homossexual e maior q outro pecado,por isso nao vimos tantos homo nas igrejas, ai e onde ela sera cobrada na gloria por esse pecado tao grotesco,e falta de base biblica........obmm

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